A Patrulha Ambiental recebeu
uma denúncia de descarte de vasilhames de agrotóxicos utilizados na agricultura
às margens do açude de Lagoa do Barro – Araripina – PE (também existe a
suspeita do uso desse material em outras localidades da região). De acordo com
a denúncia as referidas embalagens estariam sendo descartadas, após seu uso, em
local inadequado, pois existe legislação própria para esse caso que é a Lei
7.802/89 (que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o
transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o destino
final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins). (Grifos do
blog)
Porém, fato esse não confirmado, pois não foram encontrados vasilhames no perímetro diligenciado pelo grupo.
Na verdade o que foi encontrado foi uma grande quantidade de resíduo (lixo) descartado no local, como roupas íntimas, garrafas pet, sacolas plásticas e outros itens que compõe em grande parte o lixo doméstico e uma grande quantidade de peixes mortos, causa essa podendo ser por, derivados de agrotóxicos (caso exista), eutrofização (corpo de água adquire níveis altos de nutrientes, esp. fosfatos e nitratos, provocando o posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição) também podendo se dar por excesso de redes sanitárias que em período de chuvas , escorram para o açude, podendo causar vários problemas de saúde para as pessoas que utilizem essa água.
Entretanto, o foco do
trabalho foi identificar o descarte, e para evidenciar e alertar a população,
lembramos que os agrotóxicos são produtos químicos utilizados na agricultura,
com o objetivo de combater pragas e organismos patógenos que possam comprometer
a produção agrícola. No entanto, a utilização destes insumos, além de acarretar
contaminação ambiental, é também, um grande causador de muitos problemas de
saúde pública, pois quando aplicados inadequadamente prejudicam o meio ambiente
e a saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores.
As tarjas e os desenhos
presentes nos rótulos dos agrotóxicos são um indicativo de seu potencial e de sua
periculosidade.
Além disso, a maior parte
dos agricultores faz o uso parcial dos
Equipamentos de Proteção Individual.
Em relação ao armazenamento dos agrotóxicos, grande parte dos agricultores
revelou não sinalizá-los adequadamente. E mais, muitos não sabem diferenciar um
agrotóxico contrabandeado de um produto legal. Portanto, são necessárias
decisões urgentes para o esclarecimento e conscientização dos agricultores,
instruindo e alertando a população sobre riscos eminentes de toxidez e
informando a respeito das informações referentes aos agrotóxicos, bem como
a utilização correta dos defensivos agrícolas, segundo as normas de
biossegurança.
Lembrando que o uso
indiscriminado de agrotóxicos ao longo dos anos tem provocado o acúmulo de
resíduos de compostos químicos nocivos na água, no solo e no ar. É esse o
resultado da alta dependência de insumos químicos usados no controle de pragas,
doenças e invasoras nas lavouras para garantir índices de produtividade que
proporcionem retorno econômico à atividade.
Estudo publicado no ano de
2000, envolvendo 10 países europeus, comprovou que de um total de 99 pesticidas
monitorados, 48 estavam presentes na água
da chuva. “Chamou atenção, em especial, o fato de que alguns desses
agroquímicos detectados não eram utilizados nas áreas em que as amostras foram
coletadas, revelando que esses compostos são transportados a grandes
distâncias”.
Em 2014, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um levantamento com amostras de alimentos
em todo o país. No estudo, 25% apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do permitido. O uso indiscriminado e
abusivo desses produtos e a falta de fiscalização em relação a níveis seguros
de substâncias aumenta o risco para a
saúde dos brasileiros.
Em abril de 2015, o
Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou um relatório sobre o uso de
agrotóxicos nas lavouras do país e seus impactos sob o meio ambiente e à saúde.
Segundo o instituto, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O
país é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e utiliza agrotóxicos em
larga escala. Para o agricultor, os agrotóxicos são recursos para combater as
pragas, controlar o aparecimento de doenças e aumentar a produção.
Em dez anos, a venda de
pesticidas no mercado agrícola brasileiro aumentou de R$ 6 bilhões para R$ 26
bilhões. Atualmente, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas, o que
equivale a um consumo médio de 5,2 kg de agrotóxico ao ano por pessoa.
Fonte:
Carolina Cunha, da Novelo Comunicação
Fotos:
Patrulha Ambiental
Imagens: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário