Os resíduos sólidos são tudo aquilo que chamamos de lixo, sendo matéria sólida ou semi sólida produzida pelo homem e pela natureza. Porém, a diferença com os lixos é que o material desses resíduos sólidos podem ser reaproveitados – como uma casca de banana ou garrafa PET.
Além disso, existe uma lei que trata dos resíduos, a Lei nº 12.305/2010 da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). Ela busca organizar e regular a forma com que o Brasil lida com os resíduos. Esses resíduos podem ser divididos de acordo com uma norma, tal que precisam um fim apropriado para não causar danos ao meio ambiente.
Em um mundo marcado pelo aumento da escassez de recursos naturais e pela poluição dos mais variados ecossistemas, sejam eles marinhos ou terrestres, é cada vez mais necessário nos atentarmos à quantidade e a destinação dos Resíduos Sólidos que produzimos.
DESCARTE DE RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS
São considerados resíduos eletroeletrônicos os eletrodomésticos, celulares, computadores, monitores, televisões, câmeras fotográficas, impressoras, fotocopiadoras, entre outros.
Os resíduos eletrônicos representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade. Segundo dados da ONU (2015), são 50 milhões de toneladas jogadas fora anualmente e entre 60 e 90% destes resíduos são jogados no lixo ou comercializados ilegalmente. O Brasil produz aproximadamente 6 Kg de lixo eletrônico por habitante. São fabricados no país 10 milhões de computadores por ano e 150 milhões de celulares e baterias, dos quais somente 2% são descartados de forma correta.
Os resíduos eletroeletrônicos podem conter substâncias químicas perigosas à saúde e ao meio ambiente, como chumbo, cádmio, mercúrio, berílio. Por essa razão, o descarte incorreto provoca a contaminação do solo e da água, afetando o ecossistema e a saúde das pessoas. Além disso, o efeito imediato é prejudicar a saúde dos trabalhadores que lidam com o lixo - como os catadores - e também daqueles que acabam tendo contato com o resíduo descartado em terrenos baldios.
O descarte de eletroeletrônicos gera a necessidade de buscar mais matérias-primas para suprir o mercado. A exploração das matérias-primas de eletroeletrônicos, como os celulares, causa problemas sociais e ambientais ao redor do mundo. A logística reversa quebra este ciclo prejudicial ao fazer o material voltar ao produtor, permitindo o reaproveitamento.
DESCARTE CORRETO DE PNEUS É LEI NO BRASIL
Mesmo durante a pandemia e a crise econômica, a venda de veículos registrou aumento de 3% no Brasil, segundo levantamento da Fenabrave.
E se não bastasse o consequente aumento na emissão de gases do efeito estufa, esse dado se torna ainda mais preocupante se pensarmos em como os milhares de proprietários vão descartar os pneus desses veículos quando ficarem velhos.
Estima-se que o tempo de decomposição dos pneus seja de aproximadamente 600 anos. Ou seja, é um material que vai causar um estrago secular se for descartado em um “ponto viciado” ou se for parar no meio ambiente.
Por isso, em 1999 foi aprovada uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que estabelece leis e metas e obriga os fabricantes e importadores a darem uma destinação final adequada aos pneus que não servem mais.
Funciona da seguinte maneira: a cada pneu novo comercializado as companhias devem destinar adequadamente um inservível.
Em 2010, o Ibama instituiu a produção de um relatório anual, onde toda a cadeia do setor deve fornecer informações como: unidades produzidas, importadas e exportadas.
Para ajudar nessa corresponsabilidade, o órgão reuniu em um documento os pontos de coleta de pneus inservíveis espalhados por todo o Brasil.
CO-PROCESSAMENTO
Pelo seu alto poder calorífico, cerca de 70% dos pneus inservíveis são utilizados como combustível alternativo em fornos de cimenteiras, em substituição ao coque de petróleo.
ARTEFATOS DE BORRACHA
A borracha retirada dos pneus inservíveis dá origem a diversos artefatos, entre os quais tapetes para automóveis, pisos industriais e pisos para quadras poliesportivas.
ASFALTO-BORRACHA
Adição à massa asfáltica de pó de borracha oriundo da trituração de pneus inservíveis. O asfalto-borracha tem uma vida útil maior, além de gerar um nível de ruído menor e oferecer maior segurança aos usuários das rodovias.
LAMINAÇÃO
Nesse processo, os pneus não-radiais são cortados em lâminas que servem para a fabricação de percintas (indústrias moveleiras), solas de calçados, dutos de águas pluviais etc.
A logística reversa foi elaborada para ser um eficaz instrumento para aplicação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) define a logística reversa como um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.”
A legislação obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE
As novas tecnologias do campo são importantes, mas os riscos dos agrotóxicos para o meio ambiente envolvem drásticas contaminações e afetam a biodiversidade.
O controle de pragas nas culturas remonta à Roma Antiga, quando eram utilizados a queima de enxofre como fungicida e sais no controle de ervas daninhas. Atualmente, cerca de 5 bilhões de quilos de pesticidas são aplicados em todo o mundo por ano. A agricultura moderna gera crescimento econômico, mas é responsável por uma poluição que afeta as pessoas e o meio ambiente, principalmente devido ao uso desenfreado de agrotóxicos.
O Brasil é um dos principais produtores agrícolas do mundo e o maior consumidor do mercado mundial de pesticidas, com mais de 400 fórmulas aprovadas; quase metade dos químicos liberados em nosso território, no entanto, é proibida em países da União Europeia.
O uso indiscriminado de agrotóxicos pode levar à contaminação da água e do solo e causar efeitos drásticos em espécies não alvo, afetando a biodiversidade, as redes alimentares e os ecossistemas aquáticos e terrestres.
1. Contaminação de águas
Pesticidas hidrossolúveis podem alcançar águas superficiais, como córregos, rios e lagos, por meio do escoamento dos produtos químicos a partir de plantas tratadas e do solo contaminado. Os agrotóxicos também penetram no solo atingindo aquíferos, e a contaminação subterrânea é um problema crônico, pois, uma vez que a água profunda está poluída, muitos anos são necessários para que as impurezas se dissipem. A limpeza desses corpos d’água pode ser cara e complexa, muitas vezes até impossível.
A poluição hídrica advinda de práticas agrícolas é frequentemente subestimada. Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicado em 2018 traz um alerta global acerca da contaminação da água. Segundo a publicação, a agricultura é o maior responsável pelo desperdício de água em volume, além de ter dado origem a ameaças ambientais, incluindo o aumento da poluição dos ecossistemas aquáticos.
2. Contaminação do solo
Os pesticidas mais presentes na terra são os herbicidas, que ficam retidos em diferentes graus, dependendo das interações entre as propriedades do solo e os agrotóxicos. A característica mais influente é o conteúdo orgânico, e quanto maior é o teor de matéria orgânica, maior é a absorção das substâncias.
O solo contaminado pode afetar as populações de microrganismos benéficos, o que o degrada, pois reduz a produção de nutrientes no ambiente. Algumas plantas, como as leguminosas, dependem de uma variedade de microrganismos do solo para transformar nitrogênio atmosférico em nitratos, e muitos herbicidas interrompem esse processo.
3. Contaminação por volatilização
Os agrotóxicos em spray podem volatilizar e ser carregados para outras áreas, contaminado o ar, o solo e as plantas longe da área tratada. A perda por volatilização pode atingir até 25%, o que indica que uma elevada porcentagem de produto químico pode se espalhar de alguns metros a várias centenas de quilômetros.
Muitas fórmulas herbicidas volatilizam e geram vapores suficientes para causar danos graves a outras plantas, reduzir severamente a qualidade das sementes e aumentar a suscetibilidade a certas doenças. As plantas também podem sofrer consequências indiretas dos danos dos agrotóxicos aos microrganismos do solo e insetos benéficos.
4. Impactos em organismos não alvo
Vários organismos podem sentir os efeitos dos agrotóxicos, como insetos benéficos ao solo e à polinização, peixes e outros seres aquáticos, pássaros e espécies selvagens. A água contaminada com pesticidas pode afetar plantas aquáticas, diminuir o oxigênio dissolvido na água e causar danos fisiológicos aos animais. Herbicidas, por exemplo, podem ser tóxicos para os peixes, causar deformidades vertebrais, produzir efeitos subletais, como natação irregular e dificuldade para respirar, reduzindo as chances de sobrevivência.
O acúmulo de pesticidas nas cadeias alimentares é a maior preocupação, pois afeta diretamente os predadores de topo. Vários casos de envenenamento de golfinhos e outros mamíferos aquáticos por pesticidas têm sido relatados em todo o mundo devido ao seu alto nível trófico na cadeia alimentar e acúmulo de concentrações de poluentes orgânicos.
Os efeitos nas plantas aquáticas também podem causar um grande desequilíbrio no ecossistema, uma vez que esses organismos são a base da cadeia alimentar. Estudos em algas e diatomáceas em córregos mostrou que as substâncias químicas tóxicas danificam as células e bloqueiam a fotossíntese.
Fonte: www.fao.org/brasil
Imagens: Google
Fotos: Patrulha Ambiental