domingo, 12 de fevereiro de 2017

Patrulha Ambiental averígua denúncia de descarte de vasilhames de agrotóxicos no açude de Lagoa do Barro

A Patrulha Ambiental recebeu uma denúncia de descarte de vasilhames de agrotóxicos utilizados na agricultura às margens do açude de Lagoa do Barro – Araripina – PE (também existe a suspeita do uso desse material em outras localidades da região). De acordo com a denúncia as referidas embalagens estariam sendo descartadas, após seu uso, em local inadequado, pois existe legislação própria para esse caso que é a Lei 7.802/89 (que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins). (Grifos do blog)

Porém, fato esse não confirmado, pois não foram encontrados vasilhames no perímetro diligenciado pelo grupo.
Na verdade o que foi encontrado foi uma grande quantidade de resíduo (lixo) descartado no local, como roupas íntimas, garrafas pet, sacolas plásticas e outros itens que compõe em grande parte o lixo doméstico e uma grande quantidade de peixes mortos, causa essa podendo ser por, derivados de agrotóxicos (caso exista), eutrofização (corpo de água adquire níveis altos de nutrientes, esp. fosfatos e nitratos, provocando o posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição) também podendo se dar por excesso de redes sanitárias que em período de chuvas , escorram para o açude, podendo causar vários problemas de saúde para as pessoas que utilizem essa água.

  
Entretanto, o foco do trabalho foi identificar o descarte, e para evidenciar e alertar a população, lembramos que os agrotóxicos são produtos químicos utilizados na agricultura, com o objetivo de combater pragas e organismos patógenos que possam comprometer a produção agrícola. No entanto, a utilização destes insumos, além de acarretar contaminação ambiental, é também, um grande causador de muitos problemas de saúde pública, pois quando aplicados inadequadamente prejudicam o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores. 
As tarjas e os desenhos presentes nos rótulos dos agrotóxicos são um indicativo de seu potencial e de sua periculosidade.

Além disso, a maior parte dos agricultores faz o uso parcial dos Equipamentos de Proteção Individual.  Em relação ao armazenamento dos agrotóxicos, grande parte dos agricultores revelou não sinalizá-los adequadamente. E mais, muitos não sabem diferenciar um agrotóxico contrabandeado de um produto legal. Portanto, são necessárias decisões urgentes para o esclarecimento e conscientização dos agricultores, instruindo e alertando a população sobre riscos eminentes de toxidez e informando a respeito das informações referentes aos agrotóxicos, bem como a utilização correta dos defensivos agrícolas, segundo as normas de biossegurança.

Para isso temos na região um grande número de Engenheiros Agrônomos, profissionais responsáveis pelo receituário e orientação para o manuseio, descarte e destinação correta das embalagens. 
Lembrando que o uso indiscriminado de agrotóxicos ao longo dos anos tem provocado o acúmulo de resíduos de compostos químicos nocivos na água, no solo e no ar. É esse o resultado da alta dependência de insumos químicos usados no controle de pragas, doenças e invasoras nas lavouras para garantir índices de produtividade que proporcionem retorno econômico à atividade.

Estudo publicado no ano de 2000, envolvendo 10 países europeus, comprovou que de um total de 99 pesticidas monitorados, 48 estavam presentes na água da chuva. “Chamou atenção, em especial, o fato de que alguns desses agroquímicos detectados não eram utilizados nas áreas em que as amostras foram coletadas, revelando que esses compostos são transportados a grandes distâncias”.
Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um levantamento com amostras de alimentos em todo o país. No estudo, 25% apresentavam resíduos de agrotóxicos acima do permitido. O uso indiscriminado e abusivo desses produtos e a falta de fiscalização em relação a níveis seguros de substâncias aumenta o risco para a saúde dos brasileiros.
Em abril de 2015, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou um relatório sobre o uso de agrotóxicos nas lavouras do país e seus impactos sob o meio ambiente e à saúde. Segundo o instituto, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O país é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e utiliza agrotóxicos em larga escala. Para o agricultor, os agrotóxicos são recursos para combater as pragas, controlar o aparecimento de doenças e aumentar a produção. 
Em dez anos, a venda de pesticidas no mercado agrícola brasileiro aumentou de R$ 6 bilhões para R$ 26 bilhões. Atualmente, o país ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas, o que equivale a um consumo médio de 5,2 kg de agrotóxico ao ano por pessoa.
Fonte: Carolina Cunha, da Novelo Comunicação
Fotos: Patrulha Ambiental
Imagens: Google

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