Seca e falta de cuidados
agravam contaminação no Estado. Em um ano, o número de doentes dobrou
O agravamento da seca em
2016 foi apontado como fator decisivo para o aumento de 97% de pessoas doentes
por contaminação de água em Pernambuco. Uma morte foi notificada. No ano
passado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) identificou 79 surtos de doenças transmitidas por
águas/alimentos (DTA), 3,6% a menos do que os 82 de 2015. O número de cidadãos
acometidos dobrou, de 1.150 pessoas para 2.264.
Análises laboratoriais
apontam que em 29 surtos foi isolada a bactéria Escherichia coli (presente em
fezes) na água para consumo populacional. Outros agentes perigosos como vírus e
parasitas foram identificados em 39 surtos. A SES lançou alerta sobre qualidade
e segurança da água consumida,
sobretudo em áreas em crise de abastecimento.
“Quando começa o verão
recomeça o aumento dos números de diarreias. Alguns locais do Sertão e Agreste
permanecem em situação difícil na crise
hídrica. Pessoas vão procurar para beber a água que tiver, nem sempre
tratada”, destacou a diretora-geral de Vigilância Epidemiológica e Ambiental do
Estado, Rosilene Hans.
Dos 59 surtos encerrados, em
76,3% o adoecimento estava relacionado à água para consumo humano. Esse tipo de
situação sempre se apresenta de forma mais problemática, porque o contágio é de
proporções maiores.
O Interior tem destaque no boletim
da SES. Em Salgueiro (Sertão), em dois surtos por contaminação de água, 396
pessoas ficaram doentes. Foram 160 casos a mais do que no Recife, que ocupa a
2ª colocação no ranking e teve 236 enfermos em 24 surtos de água e/ou alimentos
em 2016 e tem população 30 vezes maior do que a cidade sertaneja. Iati
(Agreste) também se destacou com 200 doentes num único surto. Terra Nova
(Sertão) registrou uma morte.
Rosilene comentou que foram
identificadas várias problemáticas. “Tivemos barragem pequena que rompeu e
matéria orgânica que desceu para o rio
São Francisco. Municípios que consomem água desse rio,
através de estações de tratamento, tiveram surtos porque nem todas conseguiram
tratar toda a matéria orgânica”, comentou.
Foi o caso de Salgueiro e de
cidades na região de Petrolina. A gestora também elencou que a infiltração de
esgoto na rede de abastecimento provocou quadros de adoecimento pontuais. Mas é
a seca que compromete mais a segurança da saúde, porque a população muitas
vezes não faz a higienização adequada da água armazenada e adquire água de procedência duvidosa em carros-pipa
clandestinos.
O gestor da Vigilância
Sanitária Estadual (Apevisa), Jaime Brito, alertou que as comunidades em zona
de estiagem devem redobrar os cuidados com consumo e estocagem. “A indicação é que se a pessoa vai ingerir essa água
deve ter cuidado e não confiar apenas na cloração dos caminhões-pipa, seja do
Exército, da Compesa ou de particulares.”
O cloro adicionado nos
caminhões tende a desaparecer logo. “O ideal é que as pessoas façam a cloração
no domicílio. Bastam duas gotas de cloro
ou água sanitária por litro de água
por 30 minutos.”
Fonte: http://www.folhape.com.br/
Imagens: Google
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