Umbu
entra na lista de alimentos ameaçados de extinção
Conhecida dos nordestinos, o
umbu entrou na lista de alimentos ameaçados de extinção. De acordo com a
fundação Slow Food, as secas prolongadas e a criação de bodes são os dois
fatores que mais contribuem para o cenário.
Durante a colheita de umbu,
normalmente os agricultores optam por pegar as frutas ainda bem verdes, porque
estragam com facilidade. Já os mais maduros, viram alimento de bode, que chegam
a comer 150 unidades por dia. O problema é que os animais acabam se alimentando
dos frutos livremente, sem que os donos 'autorizem', muitas vezes acabando com
a plantação do mês inteiro, o que enfraquece as vendas e faz com que haja cada
vez menos umbus.
De acordo com a National
Geographic Brasil, a cidade de Uauá, localizada no norte baiano, é uma das
maiores produtoras de umbu do país. O problema é que não chove há quase cinco
anos no local, o que faz com que toda a plantação seque.
Já um Munícipio vizinho a
Araripina – PE, o qual faz parte da Área de Proteção Ambiental - APA – Araripe,
tornou através da Lei Municipal nº 388/09, o UMBUZEIRO Patrimônio Ambiental do Município
de Campos Sales, Ceará.
PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO nº 001/2009
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EMENTA: TORNA O UMBUZEIRO PATRIMÔMIO
AMBIENTAL E ADOTA OUTRAS PROVIDÊNCIAS
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ART. 1º A Árvore denominada
“UMBUZEIRO”, presente na flora da circunscrição do município de Campos Sales
– CE, passa a integrar o patrimônio ambiental desse município, integrado ao
sistema estadual e Nacional do Meio Ambiente, nos termos da Instrução
Normativa nº 01 de 29 de fevereiro de 2009, do Ministério do Meio Ambiente.
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Autor
do projeto, o Sr Pedro Alves Cavalcante Neto.
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O umbuzeiro, uma árvore
emblemática da caatinga, está ameaçado. Seus frutos são consumidos por toda a
população do semiárido. O botânico José Alves, da Univasf, resume sua
importância em poucas palavras: “O umbuzeiro matou a fome e a sede de muito
sertanejo.”
Ele conta que as árvores de
umbuzeiro encontradas atualmente na caatinga são muito velhas, com mais de 100
anos de idade. E explica que o motivo disso é a procura dos animais por ela.
"Você não encontra mais
árvore jovem por conta do forrageio dos caprinos. Esses animais consomem as
folhas, as flores, os frutos e até as sementes do umbuzeiro, o que inviabiliza
a sua recuperação”, diz.
O especialista aponta uma
solução para o problema: a mudança no manejo de animais, como bodes. “Tem que
haver áreas de proteção. Temos que escolher se vamos cercar as áreas para os
caprinos usarem ou se vamos cercar os umbuzeiros para as árvores se
recuperarem.”
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