Equipe da Patrulha Ambiental esteve nas proximidades da cidade de Araripina - PE, analisando o andamento do projeto de instalação da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) e sua importância para a cidade e sua
população. O que muitas pessoas desconhecem é o valor ($ para os cidadãos e gestão pública) de uma rede de tratamento
de esgotos e, a falta de conhecimento do assunto é o maior motivo para a não
cobrança, aos Órgãos Públicos, de investimentos na implantação dessas estações.
Toda
vez que colocamos o dedo e apertamos para que aconteça a descarga do vaso
sanitário, ou quando lava-se a louça, esses dejetos vão para algum lugar
através de tubulações especialmente desenhadas para isso.
Segundo estudos realizados pela
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, a falta de tratamento dos esgotos
e condições adequadas de saneamento podem contribuir para a proliferação de
inúmeras doenças parasitárias e infecciosas além da degradação do corpo da
água. A disposição adequada dos esgotos é essencial para a proteção da saúde
pública. Aproximadamente, cinquenta tipos de infecções podem ser transmitidas
de uma pessoa doente para uma sadia por diferentes caminhos, envolvendo os excretas
humanos. Os esgotos, ou excretas, podem contaminar a água, o alimento, os
utensílios domésticos, as mãos, o solo ou ser transportados por moscas,
baratas, roedores, provocando novas infecções.
Todos
esses riscos estão presentes no nosso dia a dia. Eis então a importância do
saneamento nas nossas vidas.
Local das instalações da ETE - Araripina
De acordo com o Instituto de
Geografia e Estatística (IBGE, 1989/1990) no Brasil, estima-se que 60% das
internações hospitalares estejam relacionadas às deficiências do saneamento
básico, que geram outras consequências de impacto extremamente negativo na
qualidade e na expectativa da vida da população, havendo estudos que indicam
que cerca de 90% dessas doenças se devem à ausência de água em
quantidade satisfatória ou à sua qualidade imprópria para o consumo. Em muitas
localidades brasileiras, tem sido comum a distribuição de água que não atende
ao padrão de portabilidade vigente no país. Além de problemas operacionais, a
escolha inadequada da tecnologia adotada no projeto da estação de tratamento de
água acarreta sérios prejuízos à qualidade da água produzida.
Embora seja indispensável ao organismo
humano, a água pode conter determinadas substâncias, elementos químicos e
micro-organismos que devem ser eliminados ou reduzidos a concentrações que não
sejam prejudiciais à saúde humana. A industrialização e o aumento populacional
dos centros urbanos têm intensificado a contaminação dos mananciais, tornando
indispensável o tratamento da água destinada ao consumo humano. Apesar de os mananciais
superficiais estarem mais sujeitos à poluição e contaminação
decorrentes de atividades antrópicas, também tem sido observada a deterioração
da qualidade das águas subterrâneas, o que acarreta sérios
problemas de saúde pública em localidades que carecem do tratamento e de
sistema de distribuição de água adequado. Grande parte das doenças que se
alastram nos países em desenvolvimento é proveniente da água de qualidade
insatisfatória.
As doenças de transmissão hídricas
mais comuns são: as febres tifoide e paratifoide, disenterias bacilar e
amebiana, cólera, esquistossomíase, hepatite infecciosa,
giardíase e criptosporidiose. Outras doenças, denominadas de origem hídrica,
incluem as cáries dentárias (falta de flúor), excesso de flúor (fluorose)
saturnismo (decorrente do chumbo) e metahemoglobinemia (teor elevado de
nitratos). Além desses males, os danos à saúde humana podem decorrer da
presença de substâncias tóxicas na água.
Canal de São Pedro - Araripina
A maioria das doenças transmitidas
pela água são causadas por micro-organismos presentes em reservatórios de água
doce, habitualmente após contaminação dos mesmos por fezes humanas ou de
animais. A transmissão do agente infeccioso através da água pode ocorrer pelo
contato com a pele durante o banho, pela ingestão ou pela aspiração de germes
presentes na água.
Açude de Lagoa do Barro - Araripina
Outra importante razão para tratar os
esgotos é a preservação do meio ambiente. As substâncias presentes nos esgotos exercem
ação deletéria (Nocivo à saúde; venenoso; insalubre) nos corpos de água: a
matéria orgânica pode causar a diminuição da concentração de oxigênio
dissolvido provocando a morte de peixes e outros organismos aquáticos,
escurecimento da água e exalação de odores desagradáveis; é possível que os
detergentes presentes nos esgotos provoquem a formação de espumas em locais de
maior turbulência da massa líquida; defensivos agrícolas determinam a morte de
peixes e outros animais. Há, ainda a possibilidade de eutrofização pela
presença de nutrientes, provocando o crescimento acelerado de algas que
conferem odor, gosto e biotoxinas à água (CETESB, 1988).
A questão do tratamento de esgoto deve
ser apontada como uma das prioritárias pela população, pois a partir das
reivindicações, mostrando dados concretos, o gestor pode elaborar um plano de ação para solucionar os problemas já citados.
Local das instalações da ETE - Araripina
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