Dentre as áreas em expansão na indústria de construção civil, a sustentabilidade é a mais ampla e, por isso mesmo, com maiores possibilidades para quem busca um bom posicionamento no mercado. Com ênfase na redução do consumo energético e de água, o conceito de obra sustentável se estende à escolha de matérias-primas que tragam mais eficiência ao projeto, redução de impacto no entorno, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos, introdução de inovações tecnológicas, uso de energias renováveis e até educação ambiental dos envolvidos no processo. Em todos, Pernambuco já começa a ter destaque.
Uma
das obras mais emblemáticas no estado na área de sustentabilidade é o Shopping
Camará, que reúne praticamente todos os segmentos possíveis do tema. O centro
de compras tem em seu plano de sustentabilidade tratamento térmico. Pisos e
vigas frias irão reduzir o custo de climatização em 50%, utilização de vidros
eficientes para aproveitamento máximo de luz natural, plano de conservação das
águas com captação de águas pluviais (chuva). O projeto mais ambicioso é o de
energia limpa que inclui um biodigestor, que gerará gás a partir de matéria
orgânica e ainda pátio de energia solar e eólica. Com isso, o empreendimento
conquistou sete prêmios.
Felipe
Coelho, gestor de sustentabilidade do Camará, que fica em Camaragibe e deve ser
inaugurado no início de 2017, é o responsável pelos avanços. Formado em
biologia com mestrado em tecnologia
ambiental e gestão da sustentabilidade na construção civil pelo Itep,
Coelho confirma que a gestão
ambiental, que nunca foi prioridade no setor, está em foco agora.
“Entrei na obra em 2012. Fui o primeiro funcionário porque, antes de tudo,
montamos o plano de gestão. Na época, era difícil para alguém de biologia ou
mesmo engenharia ambiental se posicionar dentro do setor, mas hoje é diferente.
Tenho tido, inclusive, várias ofertas de trabalho para dar aulas e
consultoria”, afirma. Ele acredita que um dos fatores que tem chamado atenção
do mercado é a economia gerada. “Já economizamos
quase R$ 1,2 milhão com a adoção desses processos”.
Thiago
Figueiredo, gerente de projetos da Insole, empresa especializada em instalação
e manutenção de sistemas de geração de energia solar, garante que quem está se
especializando no setor tem boas perspectivas. “O mercado de energia solar está
se consolidando em Pernambuco. Já existem linhas de financiamento para alguns
setores, o poder público está fomentando, então é uma questão de tempo para a
demanda explodir”, reflete. Neste cenário, uma preocupação do gestor é com a
mão de obra qualificada. “Temos qualificação e treinamento dentro da empresa,
mas faltam técnicos. Existem cursos, mas a oferta é tímida”.
Thatiana Pimentel (thatianapimentel.pe@dabr.com.br)
Diário de Pernambuco 27 e 28 de agosto
de 2016
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