Nos próximos dias as ONGs irão formalizar o pedido, entregando a solicitação ao Presidente da Câmara dos Vereadores - Evilásio Mateus, que já foi informado previamente, bem como alguns vereadores que se mostraram sensíveis à causa.
A queima de fogos de artifício
é costume tradicional em muitos países. Apesar dessa prática ser apreciada por
algumas pessoas (principalmente em épocas festivas, etc.) ela pode causar danos
irreversíveis aos animais, ambiente e pessoas, podendo ser entendida como uma
forma de poluição atmosférica e sonora (“artigo 54 da Lei n. 9.605/1998,
também chamada de Lei de Crimes Ambientais. Essa lei compreende poluição de
qualquer natureza e que possa causar danos à saúde humana ou à de animais, além
de destruição da flora..."). Muito se fala sobre os danos causados
pelo barulho dos fogos de artifício. Mas o que nem todos imaginam é que, além
da poluição sonora, a queima de fogos de artifício emite compostos poluentes
para a atmosfera, o que também a caracteriza como uma forma de poluição do ar. (Grifos do autor).
Assim como em outras cidades
do Brasil, Araripina precisa urgentemente proibir os fogos de artificio sonoros
na cidade. Sabemos de todos os danos que ele causa para os animais, meio
ambiente e também para pessoas.Os animais, os idosos, recém
nascidos e crianças autistas são os que são mais prejudicados com os fogos.
No caso dos animais, os
principais problemas causados em decorrência do barulho de fogos de artifício
são reações comportamentais como estresse e ansiedade. Há casos que se resolvem
apenas com o uso de sedativos ou podem culminar em danos físicos e até morte.O barulho, associado ao medo,
desencadeia respostas fisiológicas de estresse, por meio da ativação do sistema
neuroendócrino, que resulta em uma resposta de luta ou fuga, observada por meio
do aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição periférica, dilatação da
pupila, e alterações no metabolismo da glicose.
O animal com medo procura se
afastar do barulho tentando se esconder dentro ou embaixo de móveis ou espaços
apertados; pode tentar fugir pela janela, cavar buracos, tornar-se agressivo;
apresentar salivação excessiva, respiração ofegante, diarreia temporária;
urinar ou defecar involuntariamente. As aves podem abandonar seu ninho em
revoada. Durante a tentativa de fuga do barulho causado pelos fogos de
artifício podem acontecer acidentes como atropelamentos, quedas, colisões,
ataque epilético, desnorteamento, surdez, ataque cardíaco (principalmente em
aves) ou o desaparecimento do animal, que pode percorrer longas distâncias em
estado de pânico e não conseguir retornar ao seu local de origem.
Entretanto, como na maioria
das vezes são utilizados no período noturno, os efeitos causados aos animais
(principalmente os silvestres) são difíceis de serem percebidos e
quantificados, o que indica que os impactos nocivos dessa atividade nos animais
são subnotificados.
Soltar fogos de artifício,
infelizmente, é uma forma de comemoração utilizada por muitos brasileiros.
Finais de campeonatos de futebol, festas juninas, noite de Natal e virada de
ano são dias comuns de se escutar os barulhos que deixam muitos donos de
animais de estimação preocupados, pois os bichinhos costumam ficar apavorados.
Outro problema segundo as
professoras Denise Britto, do Departamento de Fonoaudiologia, e Rosângela
Gomes, do Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG, que as pessoas com
Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autistas, são afetadas de forma muito
negativa, por conta da hipersensibilidade de sua visão e audição. Crises de
choro, momentos de medo, irritabilidade e outras reações imprevisíveis tornam
necessários o uso de métodos para prevenir e amenizar os efeitos dos fogos, esclarecem
pontos sobre o assunto.
O problema acontece, pois,
crianças e adultos com TEA apresentam uma hipersensibilidade sensorial aos
estímulos do ambiente. O fator é, inclusive, um dos critérios levados em conta
na hora de fechar o diagnóstico. Um latido de cachorro ou uma buzina de
caminhão, por exemplo, podem ser suficientes para causar pânico em crianças
dentro desse espectro, imagina- se os estampidos dos fogos? É como se eles
escutassem todos os sons do ambiente de uma só vez sem focar a atenção em
nenhum deles, provocando uma sobrecarga naquele sentido. "É algo que foge
ao controle deles", explica a neuropsicóloga Deborah Moss, mestre em
psicologia do desenvolvimento pela USP (Universidade de São Paulo).
Além do mal-estar e da
poluição sonora, não se pode esquecer o crescente número de acidentes
envolvendo fogos de artifício. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais
de 7 mil pessoas sofreram lesões decorrentes do uso de rojões nos últimos anos.
Além disso, o barulho dos
tradicionais shows pirotécnicos possui um potencial de dano auditivo que
costuma ser subestimado, podendo causar zumbido, perfurar o tímpano e até gerar
algum tipo de perda auditiva. O barulho de fogos de artifício é nocivo
principalmente para as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo, que
podem ficar extremamente incomodadas.
Um estudo americano informa
que a média de som medida a três metros de explosões de fogos de artifícios é
de 150 decibéis, o que excede o critério de risco para audição. Ruídos acima de
85 decibéis são prejudiciais à saúde auditiva e quanto mais repetitivos ou
altos eles forem piores serão os danos na cóclea, órgão responsável pela
audição sensorial.
”Quem aceita o mal sem
protestar, coopera com ele”.
Martin Luther King Jr.
Imagens: Google
Fonte: Canal do Pet - iG
Fonte: https://www.ecycle.com.br
Fonte: https://www.ufmg.br/
Fonte: www.mpsc.mp.br
Vamos em frente! Sejaos a voz dos animais na luta pelo seu bem-estar. Sejamos solidárias às crianças autistas.
ResponderExcluir