A Caatinga tem como principal característica o fato de ser o único bioma exclusivamente brasileiro. Mesmo assim, estudos divulgados pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Caatinga (CECAT) alertam que esse é o domínio florestal menos conhecido cientificamente da América do Sul, tanto em termos geográficos quanto em observações biológicas. De toda forma, à medida que as pesquisas sobre o bioma avançam, mais se descobre que ele é um ambiente natural mais rico em biodiversidade do que se pensava.
Embora
tenha uma grande importância para as condições naturais da região do Nordeste
brasileiro, a caatinga vem sendo desmatada sobremaneira ao longo dos últimos
anos. Segundo pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, cerca de
45% dos 734.478 km² originais de sua vegetação foram desmatados até o ano de
2010. No ano de 2015, um estudo mais aprofundado revelou que há uma proporção
de 40% de Caatinga Preservada para 45% de Caatinga Degradada, 7,2% de Solo
Exposto, 6,5% de lavoura e 0,7% de corpos d’água. Entre as áreas degradadas,
cabe destaque para o espaço nos territórios do Alagoas, Ceará, Bahia e
Pernambuco.
A
vegetação desse domínio natural possui um alto poder calorífico, sendo bastante
adequada para a utilização como lenha.
Essa característica, associada à grande necessidade energética de uma região
que sofre com a falta de investimentos e de presença do Estado, é a principal
causa do desmatamento da Caatinga. Estima-se que 30% da energia utilizada pelas
indústrias locais advenham dessa prática de extração da lenha da vegetação do
semiárido.
Se
considerarmos apenas o estado de Pernambuco, de acordo com dados do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis),
cerca de 260 mil caminhões com lenha
advinda da caatinga são transportados para atender a demanda energética da
região. Ainda segundo o órgão, existe certo mito em pensar que a população de
baixa renda e os pequenos agricultores são os responsáveis principais pelo
desmatamento em questão. Trata-se de um problema energético associado à atuação
ineficaz do Estado, tanto na permissão de atividades desse tipo quanto na não
fiscalização adequada de práticas ilícitas.
Outra
consequência do desmatamento da Caatinga é a desertificação.
Sabe-se que nas regiões de clima mais quente e com pouca precipitação, o que se
verifica em algumas das áreas ocupadas por esse bioma, a tendência de
desertificação é alta em virtude da desidratação dos solos ocasionada pelo
elevado índice de evaporação. Com a remoção da vegetação, o problema é
intensificado, além de tornar os solos mais expostos e, por isso, altamente
propensos a erosões e outros problemas ambientais, como a salinização.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/
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