quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Patrulha Ambiental realiza trilha ecológica na Caatinga, no Eco Park Morada do Sol.

Integrantes da Patrulha Ambiental Itinerante participaram de uma trilha ecológica no domingo dia 23/08. 
A caminhada aconteceu na Serra do Jardim em Araripina PE, no Eco Park Morada do Sol, que possui uma área de 90 hectares onde está sendo montada toda uma infraestrutura para o desenvolvimento de prática de atividades esportivas, ecológicas e culturais. De propriedade do professor Murilo Araújo, educador físico, que juntamente com o artesão Ricardo Mandacaru, uniram ideias e começaram as ações no início de 2018 e vem trabalhando a estruturação do lugar. O inventário valoriza a fauna e flora da Caatinga, Arena Calango (vôlei), Arena Tatu Bola (futebol de areia), Arena Iguana (basketball 3x3), Circuito Tocandira Radical, Observatório Luar do Sertão, Mirante do Sol e da Lua, Tamboril Camping 1 e 2, Playground Sagui, redário, banho de bica, loja de artesanato, tapiocaria e muito respeito ao meio ambiente. 





As trilhas e caminhadas ecológicas são práticas que, cada vez mais, vêm ganhando adeptos. Um dos motivos é que as atividades oferecem diversos benefícios para a saúde física e mental, além de promoverem o contato com a natureza (no caso o bioma Caatinga) e fazendo despertar nos trilheiros o uso da Chapada do Araripe com responsabilidade voltada à sustentabilidade ambiental, trazendo para a região o Turismo Rural. 
As práticas podem ser encaradas como uma forma de exercício físico e também de relaxamento, já que, enquanto está trilhando, o indivíduo se desliga de suas preocupações e direciona a concentração totalmente para a atividade, contemplando a fauna e flora local. 
Há estudos de cientistas que defendem que o contato com a natureza, com o verde, proporciona bem-estar, reduz o estresse, a ansiedade, entre outros benefícios. Por isso, sair da rotina e pôr o pé na trilha é uma ótima ideia. 
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, caminhar ao ar livre está relacionado a uma melhor saúde mental e maior positividade. Além disso, estar ao ar livre reduz os níveis de depressão e de estresse. 
E independentemente da idade ou condicionamento físico, trilhar é um exercício leve, fácil de executar, de baixo custo, que ajuda a emagrecer, tonificar os músculos e ainda reduz o risco de doenças. 
Trilhar também é uma atividade aeróbica bastante segura do ponto de vista cardiovascular e ortopédico, claro que são em ambientes um pouco hostis devido a ter pedras, galhos, barrancos. Por isso, é importante ter sempre muito cuidado e ir com pessoas que fazem isso com frequência. 
Entre os benefícios das trilhas para o corpo e a mente já citados, ainda podemos destacar:
 
• Combate ao colesterol ruim. 
• Estimula a circulação sanguínea. 
• Melhora a capacidade cardiorrespiratória e também a densidade óssea. 
• Favorece um bom controle do diabetes e da hipertensão arterial. 
• Ameniza problemas de desequilíbrios posturais e articulares. 
• Proporciona um bom alto astral. 
• Promove o bem estar levando o estresse e o mau humor para bem longe. 
• Combate a insônia, a ansiedade e também a depressão. 
• Promove uma excelente oportunidade de socialização. 

Durante a trilha os participantes poderão conhecer in loco diversas espécies de plantas e animais típicos da Caatinga, a fim de sensibilizá-los para a valorização deste bioma tão exótico quanto desconhecido. 
A Patrulha Ambiental já realiza trabalhos nessa área, como: resgate, soltura de animais silvestres, coleta de sementes para produção de mudas e com o inicio das atividades do Eco Park, estão sendo alinhado uma parceria para palestras e treinamentos ligados ao bioma.

Fotos: Ricardo Mandacaru 
Fotos: Murilo Araújo 
Fotos: Patrulha Ambiental 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

QUEIMADAS E DESMATAMENTO, NÃO AGIR É FALHAR COM A HUMANIDADE

O período de queimadas já se iniciou em todo o Brasil. 
E se falando em queimadas, o bioma caatinga, sofre essas consequências em sua forma plena, pois, além do desmatamento que ocorre com grande frequência para abastecer fábricas e indústrias na região semiárida, o agravamento vem nos meses de julho a novembro, que é quando se intensifica as queimadas (naturais ou criminosas) com os longos períodos de estiagem, baixa umidade relativa do ar, com altas temperaturas e a cultura das conhecidas brocas, que nada mais é que a “queima ou limpeza do solo com o fogo” para o plantio do milho, feijão e mandioca, culturas que mais se adaptam na região. 
O ciclo do desmatamento na Caatinga começa nas pequenas propriedades - descapitalizadas e dependentes do carvão - e move as indústrias de gesso e cerâmica no Nordeste, bem como a de ferro gusa - Produto obtido no alto-forno pela reação de redução do minério de ferro com carvão ou coque (combustível derivado do carvão), juntamente com o calcário nas siderúrgicas do Centro-Sul. Os dados do desmatamento na Caatinga, segundo o inédito Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite, mostram que o bioma ainda possui 53% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008, portanto, já bem desatualizados). Uma confirmação de que ainda é possível conservar e fazer o uso sustentável dos recursos naturais do semiárido brasileiro. 
O único bioma exclusivamente brasileiro é também a região semiárida mais rica em biodiversidade do planeta. Os dados mais atuais indicam 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves, algumas exclusivas do bioma. 
Ocupando 11% do território brasileiro, a Caatinga também apresenta grande potencial de uso sustentável de seus recursos naturais como madeiras, forrageiras, medicinais, fibras, resinas, borrachas, ceras, tonantes, oleaginosas, alimentícias, aromáticas, além de sítios arqueológicos e paisagens consideradas ideais para o ecoturismo. 
Voltando às queimadas, o Estado do Ceará apresentou um aumento de 41.8% no número total de focos de queimadas. Em 2018 foram 3.034 locais enquanto o ano passado registrou 4.304. O pior mês foi outubro, quando os dados do Inpe mapearam 1.373 locais com fogo. Devido ao tempo seco e árido que atinge a região nordeste naturalmente durante o segundo semestre do ano, os meses de agosto, setembro e outubro são marcados por uma alta na quantidade de incêndios florestais. 
Já no Piauí a situação foi mais grave. O Estado que é dividido entre os biomas Caatinga e Cerrado, registrou, em 2018, 9.431 pontos ativos de queimadas. No ano passado, esse número cresceu 15% e saltou para 10.894. O mês recorde, com 3.137 locais em chamas, foi setembro. 
Segundo o pesquisador do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) Roberto Palmieri, há uma riqueza de micro-organismos vertebrados e invertebrados que vivem no solo. Minhocas, aracnídeos, uma série de outros insetos. Eles são eliminados conforme o fogo passa, o calor acaba com eles. E essa fauna do solo é fundamental para manter toda a flora. 

Uma flora saudável, depende de um solo rico, nutricionalmente falando, e são os micro-organismos da fauna do solo que mantém essa qualidade. 
Já o engenheiro agrônomo pela Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Ribeiro Castellano, alguns animais e a maioria dos mamíferos pode, através do olfato, sentir a chegada do fogo e assim conseguem fugir de forma rápida. As aves são menos atingidas porque podem voar, porém ovos e ninhos são destruídos. Existem alguns mamíferos mais lentos que são mais atingidos como tamanduá, bicho preguiça e filhotes de todas as espécies. Após o fogo, com a perda dos habitats, os animais podem morrer por falta de abrigo ou alimento. 
A ONG Patrulha Ambiental Itinerante vem buscando junto às autoridades regionais através de publicações em blog e diretamente com vereadores e representantes de associações, a implantação de Brigadas de incêndios nos municípios, pois, através do trabalho desses profissionais seria possível uma redução relativamente importante para a redução dos impactos causados à fauna, flora e população atingida por esses incêndios. 
Sem contar que a saúde humana é afetada pelas queimadas diretamente, porque a fumaça proveniente delas contém diversos elementos tóxicos. 
O mais perigoso é o material particulado, formado por uma mistura de compostos químicos. São partículas de vários tamanhos e, as menores (finas ou ultrafinas), ao serem inaladas, percorrem todo o sistema respiratório e conseguem transpor a barreira epitelial (a pele que reveste os órgãos internos), atingindo os alvéolos pulmonares durante as trocas gasosas e chegando até a corrente sanguínea. 
Outro composto prejudicial é monóxido de carbono (CO). Quando inalado, ele também atinge o sangue, onde se liga à hemoglobina, o que impede o transporte de oxigênio para células e tecidos do corpo. 
"Isso tudo desencadeia um processo inflamatório sistêmico, com efeitos deletérios sobre o coração e o pulmão. Em alguns casos, pode até causar a morte", explica o pneumologista Marcos Abdo Arbex, vice-coordenador da Comissão Científica de Doenças Ambientais e Ocupacionais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Araraquara (Uniara). 
As queimadas associadas ao clima seco da estiagem aumentam a incidência de problemas respiratórios na população. 
Além de tentar evitar as queimadas através das orientações passadas a população em geral em suas palestras que ocorrem com grande frequência, a Patrulha Ambiental solicita que as pessoas tomem algumas precauções no dia-a-dia, como: 

– Tomar bastante líquido, de preferência água, para hidratar o corpo; 

– Manter a higiene doméstica, evitando o acúmulo de poeira, que desencadeia diversos problemas alérgicos; 

– Dormir em local arejado e umedecido. Pode-se utilizar umidificadores de ar, toalhas molhadas ou reservatórios com água nos quartos; 

– Planejar as atividades físicas para o período da manhã (até as 10h) ou para o fim da tarde (depois das 17h); 

– Proteger-se da exposição ao sol no período das 10h às 17 horas; 

– Usar roupas leves, principalmente quando a temperatura estiver acima de 28°C; 

– Evitar banhos com água muito quente, que provocam ressecamento da pele; 

– Usar soro fisiológico para olhos e narinas, em caso de irritação; 

– Evitar exposição prolongada a ambientes com ar condicionado; 

– Pacientes com antecedentes de doenças alérgicas respiratórias, como bronquite e rinite, costumam ter crises com a baixa umidade do ar. É importante procurar um médico e seguir suas recomendações. 

A coordenação da Patrulha Ambiental se põe à disposição para demais esclarecimentos, informando que existe em toda a região do Araripe, profissionais capacitados através de curso ministrado por equipe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais - PREVFOGO que são responsáveis pela política de prevenção e combate aos incêndios florestais em todo o território nacional, incluindo atividades relacionadas com campanhas educativas, treinamento e capacitação de produtores rurais e brigadistas,monitoramento e pesquisa.  

Fotos: Carlos Gutemberg 
Fotos: Ricardo Mandacaru 
Fotos: Patrulha Ambiental
Imagens: Google 

domingo, 9 de agosto de 2020

ONGs entram com pedido de PL na Câmara de Vereadores de Araripina – PE



A Patrulha Ambiental Itinerante, com apoio da AMPARA (Associação Mantenedora de Proteção aos Animais de Araripina), ABAC (Associação Beneficente Amiga da Criança), Amigos dos Bichos de Rua, Proteção Miau, entram com solicitação de Projeto de Lei que proíbe a queima de fogos de artifícios sonoros no Município de Araripina. 
Nos próximos dias as ONGs irão formalizar o pedido, entregando a solicitação ao Presidente da Câmara dos Vereadores - Evilásio Mateus, que já foi informado previamente, bem como alguns vereadores que se mostraram sensíveis à causa.
A queima de fogos de artifício é costume tradicional em muitos países. Apesar dessa prática ser apreciada por algumas pessoas (principalmente em épocas festivas, etc.) ela pode causar danos irreversíveis aos animais, ambiente e pessoas, podendo ser entendida como uma forma de poluição atmosférica e sonora (“artigo 54 da Lei n. 9.605/1998, também chamada de Lei de Crimes Ambientais. Essa lei compreende poluição de qualquer natureza e que possa causar danos à saúde humana ou à de animais, além de destruição da flora..."). Muito se fala sobre os danos causados pelo barulho dos fogos de artifício. Mas o que nem todos imaginam é que, além da poluição sonora, a queima de fogos de artifício emite compostos poluentes para a atmosfera, o que também a caracteriza como uma forma de poluição do ar. (Grifos do autor).
Assim como em outras cidades do Brasil, Araripina precisa urgentemente proibir os fogos de artificio sonoros na cidade. Sabemos de todos os danos que ele causa para os animais, meio ambiente e também para pessoas.Os animais, os idosos, recém nascidos e crianças autistas são os que são mais prejudicados com os fogos.
No caso dos animais, os principais problemas causados em decorrência do barulho de fogos de artifício são reações comportamentais como estresse e ansiedade. Há casos que se resolvem apenas com o uso de sedativos ou podem culminar em danos físicos e até morte.O barulho, associado ao medo, desencadeia respostas fisiológicas de estresse, por meio da ativação do sistema neuroendócrino, que resulta em uma resposta de luta ou fuga, observada por meio do aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição periférica, dilatação da pupila, e alterações no metabolismo da glicose.
O animal com medo procura se afastar do barulho tentando se esconder dentro ou embaixo de móveis ou espaços apertados; pode tentar fugir pela janela, cavar buracos, tornar-se agressivo; apresentar salivação excessiva, respiração ofegante, diarreia temporária; urinar ou defecar involuntariamente. As aves podem abandonar seu ninho em revoada. Durante a tentativa de fuga do barulho causado pelos fogos de artifício podem acontecer acidentes como atropelamentos, quedas, colisões, ataque epilético, desnorteamento, surdez, ataque cardíaco (principalmente em aves) ou o desaparecimento do animal, que pode percorrer longas distâncias em estado de pânico e não conseguir retornar ao seu local de origem.
Entretanto, como na maioria das vezes são utilizados no período noturno, os efeitos causados aos animais (principalmente os silvestres) são difíceis de serem percebidos e quantificados, o que indica que os impactos nocivos dessa atividade nos animais são subnotificados.
Soltar fogos de artifício, infelizmente, é uma forma de comemoração utilizada por muitos brasileiros. Finais de campeonatos de futebol, festas juninas, noite de Natal e virada de ano são dias comuns de se escutar os barulhos que deixam muitos donos de animais de estimação preocupados, pois os bichinhos costumam ficar apavorados.
Outro problema segundo as professoras Denise Britto, do Departamento de Fonoaudiologia, e Rosângela Gomes, do Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG, que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autistas, são afetadas de forma muito negativa, por conta da hipersensibilidade de sua visão e audição. Crises de choro, momentos de medo, irritabilidade e outras reações imprevisíveis tornam necessários o uso de métodos para prevenir e amenizar os efeitos dos fogos, esclarecem pontos sobre o assunto.
O problema acontece, pois, crianças e adultos com TEA apresentam uma hipersensibilidade sensorial aos estímulos do ambiente. O fator é, inclusive, um dos critérios levados em conta na hora de fechar o diagnóstico. Um latido de cachorro ou uma buzina de caminhão, por exemplo, podem ser suficientes para causar pânico em crianças dentro desse espectro, imagina- se os estampidos dos fogos? É como se eles escutassem todos os sons do ambiente de uma só vez sem focar a atenção em nenhum deles, provocando uma sobrecarga naquele sentido. "É algo que foge ao controle deles", explica a neuropsicóloga Deborah Moss, mestre em psicologia do desenvolvimento pela USP (Universidade de São Paulo).
Além do mal-estar e da poluição sonora, não se pode esquecer o crescente número de acidentes envolvendo fogos de artifício. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 7 mil pessoas sofreram lesões decorrentes do uso de rojões nos últimos anos.
Além disso, o barulho dos tradicionais shows pirotécnicos possui um potencial de dano auditivo que costuma ser subestimado, podendo causar zumbido, perfurar o tímpano e até gerar algum tipo de perda auditiva. O barulho de fogos de artifício é nocivo principalmente para as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo, que podem ficar extremamente incomodadas.
Um estudo americano informa que a média de som medida a três metros de explosões de fogos de artifícios é de 150 decibéis, o que excede o critério de risco para audição. Ruídos acima de 85 decibéis são prejudiciais à saúde auditiva e quanto mais repetitivos ou altos eles forem piores serão os danos na cóclea, órgão responsável pela audição sensorial.


”Quem aceita o mal sem protestar, coopera com ele”.
 Martin Luther King Jr.
Imagens: Google
Fonte: Canal do Pet - iG