terça-feira, 30 de maio de 2017

MESA REDONDA DEBATE PROBLEMÁTICA SOBRE CAPRINOS, OVINOS X CÃES ABANDONADOS (ERRANTES)

Foi realizado um debate sobre cães abandonados e a problemática de seus ataques as criações de Caprinos e Ovinos da região do Araripe na IV Mostra de Caprinos e Ovinos no Campus da FACIAGRA entre os dias 25 e 27 de maio, onde aconteceram também, oficinas, cursos, palestras e exposição de animais.


Participaram do debate os seguintes convidados:


Wellington Erasmo, FACIAGRA e idealizador do debate;

Dr Luiz Maurício Sallviano da UNIVASF, Sr Edmilson, Associação Riacho Fundo, Francisco dos Santos, presidente da COCA, Everaldo Paixão, Vigilância Sanitária, Marquel Jacob, Patrulha Ambiental, Sanasara Modesto, AMPARA, Elbi, parceira da Patrulha Ambiental, Antônio Geandro, presidente da ASCON e Abdoran Rodrigues, presidente da ACOAR.
A superpopulação de cães é um problema socioambiental que afeta a maioria dos países, em maior ou menor grau. A equação é simples: existem mais animais do que lares para acolhê-los. Em busca de uma solução rápida, as autoridades da saúde frequentemente recorrem à eutanásia em massa. Milhares de animais são mortos, nem sempre de forma humanitária, por falta de informações, de incentivos e subsídios à métodos contraceptivos (castração) dos animais por parte de seus proprietários, órgãos municipais (raras exceções) e ONGs ligadas a proteção desses animais.

A OMS tem dado muita ênfase a este assunto complexo, classificando a situação dos cães e dos gatos errantes com base no grau de dependência e no nível de controle humano destes:

1. Cães restritos (supervisionados) – totalmente dependentes e controlados pelo ser humano;

2. Cães de família – totalmente dependentes e semi controlados;

3. Cães da vizinhança – semi dependentes e semi controlados;

4. Cães sem controle (sem supervisão) – semi dependentes e sem controle;

5. Cães asselvajados – totalmente independentes e sem controle humano.

Segundo o Comitê de Especialistas em Raiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), reunido em 1992, a captura e o sacrifício de animais não representa uma medida de controle da doença, pois não atua nas principais causas do problema: a procriação descontrolada de cães e gatos e a irresponsabilidade ou ignorância dos seus proprietários.
De acordo com a opinião pública, 93,1% da população é favorável ao recolhimento dos animais de rua e apenas 5,8% aceitam a morte dos mesmos como solução. A cena do cão ou gato errante é extremamente comum nas ruas de nosso país e se não forem tomadas providências, só tende a se agravar. Os cães e gatos foram domesticados entre 10 e 15 mil anos AC. De acordo com pesquisa realizada na cidade de São Paulo, 59% das pessoas têm animais de estimação. Para quem convive com eles, certamente sabe que são amigos fiéis para todas as horas. Desta forma merecem respeito, pois somos responsáveis por eles. Todas as evidências científicas demonstram que os animais sentem dor e sofrem tanto quanto o ser humano e desta forma temos a obrigação moral de defendê-los.
Matar cachorro – ou qualquer outro animal – é crime, sim. Não importa se o animal é doméstico, domesticado, silvestre, nativo ou exótico. O que trata disso é o artigo Art. 29 da lei 9.605/98 que relata o seguinte: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: A lei prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar” qualquer tipo de animal.
A transformação do cão doméstico em selvagem é obra daquele que se autoproclamou o seu melhor amigo, o ser humano. Matilhas de cães domésticos caçadores são um fenômeno que ocorre em outras partes do mundo, e mais um sinal de desequilíbrio do Antropoceno (período mais recente na história da Terra, em que as atividades humanas começaram a ter um impacto global significativo no clima do planeta e no funcionamento dos seus ecossistemas), a era dos homens.
O problema é gravíssimo e ignorado. O cão é um hiperpredador porque tem uma população muito maior do que aquela que o meio ambiente pode suportar. Ele mata não apenas para se alimentar, mas por instinto. As vezes mata e não come.
Possíveis medidas discutidas de controle a serem adotadas:

Educação humanitária:
A proposta é educar as pessoas da importância da guarda responsável dos animais. Isto envolve o fato que os animais devem ser mantidos dignamente em boas condições de abrigo, alimentação e saúde, nos limites da propriedade de cada dono.
O trabalho educacional pode ser realizado em escolas, igrejas, associações de bairro ou de funcionários, e outros locais que reúnam qualquer segmento da sociedade, como nas feiras da saúde.
Castração:
Vantagens da Castração:

1) Diminui drasticamente o risco de doenças nas vias uterinas, do câncer de mama, útero, próstata e testículos;

2) Elimina a gravidez psicológica, comum em algumas fêmeas após o término do cio, o que ocasiona aumento das mamas (muitas vezes com edema), a produção de leite e irritabilidade excessiva;

3) Elimina o risco do câncer dos órgão genitais;

4) Diminui o risco das fugas e brigas, que podem acarretar acidentes graves e até fatais
5) Acaba com os latidos, uivos e miados excessivos que ocorrem por ocasião do cio;

6) Elimina os estados de excitação por falta de cruzamento.

Inserção de cães de proteção (Border Collie e/ou pastor alemão);

Os cães de pastoreio mais famosos e eficazes que existe.

Projetos de cerca elétrica;
Emiti pulsos elétricos de baixa voltagem em intervalos de 1 a 2 segundos, ou seja, aplicará um choque, mas sem ferir, causando um efeito psicológico no animal (existe Bancos com financiamento de placas de energia solar).

Prevenção:

Em virtude da educação da população a respeito do tema ser o meio mais eficiente para combater a superpopulação de animais dos municípios, provenientes da procriação indesejada e descontrolada, assim como o combate a outros problemas tais como: abandono, maus tratos, etc.
Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos financeiros necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados e sua residência comporta um animal.
Adote animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), em vez de comprar por impulso.
Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida – tamanho, peculiaridades, espaço físico.
Mantenha o seu animal sempre dentro de casa, jamais solto na rua. Para os cães, passeios são fundamentais, mas apenas com coleira/guia e conduzido por quem possa contê-lo.
Lembrando que na ocasião do debate, ficou estabelecido que será realizado um encontro para discutir as ações concretas a serem desenvolvidas na região para o controle dos cães abandonados (errantes). 

A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados.

Imagens: Google
Fotos: Patrulha Ambiental
Fonte:






sexta-feira, 26 de maio de 2017

Semana do Meio Ambiente é realizada com o tema Fraternidade: Biomas Brasileiros

Com objetivo de promover uma reflexão sobre a importância de preservar a biodiversidade dos biomas brasileiros, especialmente a Caatinga, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição com o Governo Municipal, a Autarquia Educacional do Araripe (AEDA), as ONGs CHAPADA e Patrulha Ambiental e O Boticário realizarão a Semana do Meio Ambiente de Araripina, entre os dias 1 e 5 de junho. A ação está inserida no contexto da Campanha da Fraternidade de 2017 que tem como tema Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida.
No primeiro dia da programação (01/06) haverá uma caminhada das escolas públicas e privadas, instituições de ensino superior vinculadas à AEDA, secretarias municipais e as ONGs Chapada e Patrulha Ambiental, além da Banda Filarmônica do Município e das bandas marciais do CERU, Escola Independência, Sesc Ler. Em seguida, será realizado uma abertura solene em frente à Igreja Matriz para a apresentação da proposta e das atividades da Semana do Meio Ambiente. 
No segundo dia (02/06), as Secretarias de Meio Ambiente e de Educação em parceria com a Patrulha Ambiental e ONG Chapada realizarão uma ação para arborizar o bairro do Cavalete 1, que também receberá uma palestra sobre a biodiversidade encontrada na Caatinga na escola municipal localizada no bairro. 
Também acontecerão ações no final de semana. No sábado (03/06) haverá uma ação educativa no hortifrutigranjeiro e na praça de Dr. Pedro, a partir das 6h30, para alertar a população sobre os cuidados com o meio ambiente e disseminar a mensagem da Campanha da Fraternidade. 
No domingo (04/06), o Padre Izidorio celebrará uma missa voltada para as crianças também com referência ao meio ambiente. 
No culminância da semana, no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), serão organizadas, na praça da Igreja Matriz, tendas para a exposição dos trabalhos das instituições envolvidas no evento e dos produtos da sóciobiodiversidade da agricultura familiar derivados da Caatinga, além da distribuição de mudas de plantas nativas. No período da noite, as pessoas poderão desfrutar de shows com apresentações de artistas locais e da quermesse.
 
Imagens:Google

sexta-feira, 19 de maio de 2017

22 de Maio, dia Internacional da Biodiversidade

O termo biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e a variedade do mundo natural.
Refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.
Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a somente 2 milhões de espécies. Entre os especialistas, o Brasil é considerado o país da "megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial terapêutico das plantas da Amazônia.

Principais ameaças à biodiversidade

A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies vegetais e animais à extinção. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos. 
A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção. A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país.
A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a biodiversidade de toda uma área, região ou país. Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo governo da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do país. O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais para os produtores, e não uma solução.

Imagens: Google

quarta-feira, 10 de maio de 2017

PESQUISA - ATLAS DAS CAATINGAS MOSTRA PROBLEMAS EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Ocupação irregular de terras, desmatamento, falta de estrutura e de demarcação foram alguns dos problemas encontrados, em três anos de pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em 14 unidades de Conservação federais de proteção integral, localizadas no bioma Caatinga brasileira. O Atlas das Caatingas reúne em detalhes informações fundiárias e da flora de cada uma das áreas estudadas, e virou também documentário, pré-lançado dia 09/05 no Recife.


Um dos biomas brasileiros menos estudados no país, a Caatinga se estende por dez estados e compreende 10% do território nacional, com 844 mil quilômetros quadrados. É o único bioma encontrado exclusivamente no Brasil e é lembrado geralmente pelo visual na época de seca, quando as árvores perdem as folhas e a mata se torna cinzenta e quebradiça. A pesquisa mapeou cerca de 1% desse território.

Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o estudo foi feito entre dezembro de 2013 e dezembro de 2016. Os pesquisadores percorreram mais de 22 mil quilômetros nas 14 unidades de Conservação, todas geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nelas, não é permitida qualquer atividade econômica ou mesmo o uso sustentável, exceto o turismo e a pesquisa científica.

Para montar o diagnóstico foram entrevistados todos os chefes das unidades de Conservação, além de funcionários do ICMBio, moradores da região, professores que desenvolvem estudos nesses locais, entre outros. Segundo Neison Freire, pesquisador titular da Fundaj que coordenou a pesquisa, cada unidade tem problemas específicos, mas a falta de recursos humanos e financeiros é uma constante e acaba agravando as dificuldades locais.

Ele cita desde a falta de combustível para veículos de fiscalização até a indisponibilidade dos próprios carros e da falta de dinheiro para consertar uma bomba d'água, impedindo que um espaço disponível para receber alunos e professores de escolas públicas seja utilizado. “Todas têm problemas de gestão, que não é local. O problema está em nível federal, na pouca atenção dada a esse bioma, o único exclusivamente brasileiro”, afirma.

A sociedade também contribui para ameaçar esses espaços protegidos. Como as unidades de Conservação pesquisadas não podem ter atividade econômica, as populações que ainda residiam ou tinham alguma atividade na área, quando elas foram criadas, deveriam ser indenizadas e remajenadas. Além de comunidades de povos tradicionais, como indígenas e quilombolas, resistirem à mudança, fazendeiros – incluindo pequenos proprietários – permanecem nos locais proibidos. “Alguns foram indenizados e não querem sair e outros estão especulando para ter maior valorização da terra para se retirar, o que gera muitos problemas para a gestão e fiscalização das unidades”, informa Freire.

Catimbau e Chapada Diamantina

O maior problema das unidades, segundo o pesquisador, está em Pernambuco, o Parque Nacional do Catimbau. Ele não tem nem mesmo um escritório do ICMBio, e a sua demarcação nunca foi feita. Além disso, há conflitos fundiários, corte de madeira e atividade econômica dentro da área. Outra unidade onde foram encontrados problemas é um dos cartões postais brasileiros: O Parque Nacional da Chapada Diamantina.

“Temos, de um lado, o agronegócio, que usa muitos fertilizantes, que vão contaminar rios e corpos d'água, e, do outro lado, uma especulação imobiliária muito forte. Em Lençois já começam a surgir favelas. Fora uma fragmentação das áreas para a construção de pousadas, um negócio que não é feito pela comunidade local, mas por empresários da parte Sul do país”.

Apesar das questões negativas, os pesquisadores também citaram “efeitos não esperados” nas expedições, como a influência do Bolsa Família na recuperação da fauna do Vale do Catimbau. É que, de acordo com o pesquisador da Fundaj, a comunidade do entorno costumava caçar as aves nativas para complementar a alimentação. Com o recurso federal, houve a redução da caça. “Outro aspecto no Vale do Catimbau são as espécies introduzidas, como a aroeira. Elas têm alto poder de fogo, lenha, então as populações passaram a cortar essa espécie, em vez de espécies endêmicas, próprias da Caatinga, permitindo que essa vegetação se recuperasse”.

Mais recursos e demarcação de terras

O Atlas das Caatingas inclui recomendações para uma proteção efetiva às áreas estudadas. Entre as propostas estão a abertura de concurso público e mais recursos financeiros, conforme explicou Neison Freire. Além disso, há indicações específicas voltadas a cada problema encontrado nas unidades. “[É preciso fazer a] demarcação das áreas de forma urgente, a regularização fundiária para que 100% fiquem em posse da União. Mapeamentos sistemáticos com o uso de drones, torres de observação, contratação de brigadistas, principalmente no período seco para combater incêndios”, sugere.

O analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, João Seyffarth, esteve presente no pré-lançamento do filme. Atuante no combate à desertificação, problema ambiental encontrado na Caatinga com alto grau de degradação, Seyffarth diz que os recursos arrecadados com a visitação das áreas protegidas podem ser usados para melhorar a gestão. “A gente sabe que as unidades de Conservação brasileiras geram muitos recursos, mas, em geral, eles vão para o Tesouro Nacional. É preciso encontrar uma maneira para que os recursos gerados sejam usados na gestão das unidades”, defende.

Instituto responde

Em nota, o ICMBio diz que ainda não teve conhecimento da pesquisa de modo oficial, portanto não seria possível responder aos questionamentos em detalhe. “No geral, o instituto tem se esforçado para dotar as unidades de Conservação federais da Caatinga de todos os instrumentos de gestão, como planos de manejo, conselhos gestores e estrutura para abrigar servidores e pesquisadores e receber visitantes”, acrescenta.

Entre as ações, o órgão cita as fiscalizações para coibir crimes ambientais, ações de educação ambiental para orientar comunidades locais e um “esforço no sentido de regularizar a situação fundiária”. Sobre a realização de concurso público para reforçar o número de funcionários das unidades pesquisadas, o ICMBio respondeu que não há previsão.

Filme e pesquisa na internet

A pesquisa completa está disponível no site da Fundaj, junto com imagens e mapas produzidos ao longo dos três anos de trabalho. O documentário, com uma hora de duração e feito com imagens amadoras captadas pela própria equipe de cientistas, deve ser disponibilizado na página “nos próximo 30 dias”, segundo Neison. Ele também será exibido em comunidades e locais pesquisados. As cidades já agendadas são Campina Grande (PB) e Petrolina (PE).

Fonte: Blog do Fredson Paiva